O Espelho Sonoro inicia a cartografia sonora por Joinville ouvindo o entorno da Estação da Memória.
Esse dia eu perdi o trem.
O próximo só na próxima semana. Não sabiam me informar ao certo. O trem, hoje, não tem mais a mesma urgência, viria de São Francisco do Sul com carga pesada.
Não há mais transportes de passageiros.
Fico ouvindo a paisagem sonora contemporânea imaginando a de outrora, quando a Estação Ferroviária estava inserida no Ramal Porto União – São Francisco, que fazia parte da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande.
Não dura muito.
Um helicóptero cruza o céu. Motos aceleram, transeuntes conversam. Um ônibus para no sinal vermelho.
Essa paisagem sonora contemporânea pouco se distingue de qualquer outro ambiente urbano. Queria ouvir o trem chacoalhando no seu ritmo mecânico, assoviando e buzinando. Ao menos, consegui ouvir a sineta da Estação da Memória, prédio tombado da antiga Estação, inaugurada em 1906.